terça-feira, 19 de novembro de 2013

Todos os Nomes e Títulos de Jesus na Bíblia


















Seguiremos Postando os outros nomes e Titulos de Jesus na Biblia

11 comentários:

  1. Depende da versão de Bíblia, faça uma boa pesquisa e verá que alguns títulos supostamente dados a Jesus não pertencem a ele como é o caso de Apocalipse 1:8.
    https://traducaodonovomundodefendida.wordpress.com/2017/08/14/quem-e-o-alfa-alef-e-o-omega-tav-de-apocalipse-18/
    https://traducaodonovomundodefendida.wordpress.com/2011/09/18/quem-e-o-alfa-e-o-omega/


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  2. A Jesus também é atribuído o título de Criador, e o texto citado é João 1:3.
    Ora o texto citado não o identifica como o criador, o texto apenas afirma que todas as coisas foram feitas por ele, mais ele mesmo havia sido feito pelo pai, e portanto o autor da criação, o criador é o pai e não Jesus.
    Jesus é sem igual no sentido de que é a única criação direta de seu Pai. Ele é o Filho primogênito. Sim, “o primogênito de toda a criação”. (Col. 1:15) Ele é “o princípio da criação de Deus”. (Rev. 3:14) O papel que o Filho unigênito teve na criação também é sem igual. Ele não foi o Criador, ou Originador, da criação. Mas Jeová usou-o como agente, ou meio, para criar todas as outras coisas. (Leia João 1:3.) O apóstolo Paulo escreveu: “Para nós há realmente um só Deus, o Pai, de quem procedem todas as coisas, e nós para ele; e há um só Senhor, Jesus Cristo, por intermédio de quem são todas as coisas, e nós por intermédio dele.” — 1 Cor. 8:6.

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  3. Outro texto citado na matéria é Romanos 9:5, aqui a atribuição dada a Jesus é a de que ele é o próprio Deus, vejamos:

    Rbi8 pp. 1520-1521
    6D “Deus, que é sobre todos”
    Ro 9:5 — Gr.: καὶ ἐξ ὧν χριστὸς τὸ κατὰ σάρκα, ὁ ὢν ἐπὶ πάντων, θεὸς εὐλογητὸς εἰς τοὺς αἰῶνας· ἀμήν
    (kai ex hon ho khri·stós to ka·tá sár·ka, ho on e·pí pán·ton, The·ós eu·lo·ge·tós eis tous ai·ó·nas; a·mén)
    1934
    “e dos quais, por descendência física, veio o Cristo. Deus, que é sobre todos, seja bendito por todas as eras! Amém.”
    The Riverside New Testament, Boston e Nova Iorque.
    1952
    “e da sua raça, segundo a carne, é o Cristo. Deus, que é sobre todos, seja bendito para sempre. Amém.”
    Revised Standard Version, Nova Iorque.
    1961
    “e deles, na descendência natural, procedeu o Messias. Que Deus, o supremo sobre todos, seja bendito para sempre! Amém.”
    The New English Bible, Oxford e Cambridge, Inglaterra.
    1963
    “e de quem procedeu Cristo segundo a carne: Deus, que é sobre todos, seja bendito para sempre. Amém.”
    Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs, Brooklyn, Nova Iorque.
    1966
    “e Cristo, como ser humano, pertence à sua raça. Que Deus, que governa sobre todos, seja louvado para sempre! Amém.”
    Today’s English Version, American Bible Society, Nova Iorque.
    1970
    “e deles veio o Messias (falo de suas origens humanas). Bendito para sempre seja Deus, que é sobre todos! Amém.”
    The New American Bible, Nova Iorque e Londres.
    1982
    “e deles é o Cristo segundo a carne. O Deus que está acima de tudo seja bendito pelos séculos! Amém.”
    Bíblia Sagrada, Editora Vozes Ltda., Petrópolis, RJ.
    Estas traduções tomam ὁ ὢν (ho on) como o começo duma sentença ou cláusula independente referindo-se a Deus e proferindo uma bênção sobre ele pelas provisões que fez. Aqui e no Sal 67:19 LXX ocorre o predicativo εὐλογητός (eu·lo·ge·tós, “bendito”) depois do sujeito θεός (The·ós, “Deus”). — Veja Sal 68:19 n.

    G. B. Winer, na sua obra A Grammar of the Idiom of the New Testament, sétima edição, Andover, EUA, 1897, p. 551, diz que “quando o sujeito constitui a noção principal, especialmente quando é antitético para com outro sujeito, o predicado pode e deve ser colocado depois dele, cf. Sal lxvii. 20 Sept [Sal 67:19 LXX]. E assim, em Rom. ix. 5, se as palavras ὁ ὢν ἐπὶ πάντων θεὸς εὐλογητός etc. [ho on e·pí pán·ton The·ós eu·lo·ge·tós etc.] se referem a Deus, a posição das palavras é bem apropriada e até mesmo indispensável.”

    Um estudo detalhado da construção de Ro 9:5 é encontrado em The Authorship of the Fourth Gospel and Other Critical Essays, de Ezra Abbot, Boston, 1888, pp. 332-438. Nas pp. 345, 346 e 432 ele diz: “Mas aqui, ὁ ὢν [ho on] é separado de ὁ χριστός [ho khri·stós] por τὸ κατὰ σάρκα [to ka·tá sár·ka], que na leitura precisa ser seguido por uma pausa, — uma pausa que se prolonga pela ênfase especial dada a κατὰ σάρκα [ka·tá sár·ka] pelo τὸ [to]; e a sentença precedente é gramaticalmente completa em si mesma, e, pela lógica, não requer nada mais; porque era apenas quanto à carne que Jesus procedeu dos judeus. Por outro lado, como já vimos (p. 334), a enumeração de bênçãos que vem logo antes, coroada pela inestimável bênção do advento de Cristo, naturalmente sugere a atribuição de louvor e agradecimento a Deus, como o Ser que governa sobre todos; embora também o ᾿Αμήν [A·mén] no fim da sentença sugira uma doxologia. De todos os pontos de vista, portanto, a construção doxológica parece fácil e natural. . . . A naturalidade duma pausa após σάρκα [sár·ka] é adicionalmente indicada pelo fato de que encontramos um ponto após esta palavra em todos os nossos mais antigos MSS. que atestam neste caso, — a saber, A, B, C, L. . . . Posso agora mencionar, além dos unciais A, B, C, L, . . . pelo menos vinte e seis cursivos que têm um ponto após σάρκα, assim como têm em geral depois de αἰῶνας [ai·ó·nas] ou ᾿Αμήν [A·mén].”

    Portanto, Ro 9:5 atribui louvor e agradecimento a Deus. Este texto não identifica Jeová Deus com Jesus Cristo.

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  4. Outro texto usado na matéria para tentar transformar Jesus no próprio Deus que o criou é João 20:28:
    Que queria Tomé dizer ao se dirigir a Jesus com: “Meu Senhor e meu Deus”?

    Na ocasião em que Jesus apareceu a Tomé e aos outros apóstolos, removendo as dúvidas de Tomé sobre a ressurreição de Jesus, Tomé, então já convencido disto, exclamou a Jesus: “Meu Senhor e meu Deus! [literalmente: “O Senhor de mim e o Deus (ho The·ós) de mim!”].” (Jo 20:24-29) Alguns peritos têm encarado esta expressão como uma exclamação de espanto falada a Jesus, mas realmente dirigida a Deus, seu Pai. Todavia, outros afirmam que o grego original exige que as palavras sejam consideradas como dirigidas a Jesus. Mesmo assim, a expressão “Meu Senhor e meu Deus!” ainda teria de se harmonizar com o restante das Escrituras inspiradas. Visto que o registro mostra que Jesus enviara anteriormente a seus discípulos a mensagem: “Eu ascendo para junto de meu Pai e vosso Pai, e para meu Deus e vosso Deus”, não existe motivo para se crer que Tomé imaginasse que Jesus fosse o Deus Todo-poderoso. (Jo 20:17) O próprio João, ao narrar o encontro de Tomé com o ressuscitado Jesus, diz o seguinte sobre este e outros relatos similares: “Mas, estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e que, por crerdes, tenhais vida por meio do seu nome.” — Jo 20:30, 31.

    Portanto, Tomé pode ter-se dirigido a Jesus como “meu Deus” no sentido de Jesus ser “um deus”, embora não o Deus Todo-poderoso, não “o único Deus verdadeiro”, a quem Tomé tinha muitas vezes ouvido Jesus orar. (Jo 17:1-3) Ou, talvez se tivesse dirigido a Jesus como “meu Deus” dum modo similar às expressões feitas por seus antepassados, registradas nas Escrituras Hebraicas, com as quais Tomé estava familiarizado. Em várias ocasiões, quando um mensageiro angélico de Jeová visitava certas pessoas ou se dirigia a elas, tais pessoas, ou às vezes o escritor bíblico que registrava tal acontecimento, respondiam ao mensageiro angélico, ou falavam dele, como se fosse Jeová Deus. (Veja Gên 16:7-11, 13; 18:1-5, 22-33; 32:24-30; Jz 6:11-15; 13:20-22.) Isto se dava porque o mensageiro angélico atuava por Jeová, como Seu representante, falando em Seu nome, talvez usando o pronome pessoal na primeira pessoa do singular e chegando mesmo a dizer: “Eu sou o verdadeiro Deus.” (Gên 31:11-13; Jz 2:1-5) Tomé, portanto, talvez se tenha referido a Jesus como “meu Deus” neste sentido, reconhecendo ou confessando que Jesus era o representante e porta-voz do verdadeiro Deus. Seja qual for o caso, é certo que as palavras de Tomé não contradizem a declaração expressa de Jesus, que ele mesmo tinha ouvido, a saber, de que “o Pai é maior do que eu”. — Jo 14:28.

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  5. Outro texto usado na matéria é João 1:1, esse vamos ver de modo prático se o mesmo iguala Jesus a Jeová, seu criador:
    JOÃO 1:1

    Peça para um Trinitário definir quem é “DEUS”. E depois para definir quem é o Verbo, as respostas terão que ser:

    DEUS = TRINDADE
    VERBO = JESUS

    Então, ao lermos João 1:1 faremos algumas substituições com base nessa definição:

    “No princípio era Jesus e Jesus estava com a Trindade e Jesus era a Trindade”

    Afinal Jesus é a Trindade ou o Filho?

    Talvez alguns dirão: “Mas em João 1:1 é diferente, alí quando diz ‘Deus’ não se refere a Trindade, mas sim um TÍTULO”

    Então PERGUNTE: Quem é a pessoa que recebe tal título e com quem Jesus, o Verbo, estava em João 1:1a? Possíveis respostas são:
    a) Em João 1:1 Deus é o Pai
    b) Em João 1:1 Deus é o Pai e o Espírito Santo

    Agora analisemos cada resposta:

    a) PAI – Se assim for, então João 1:1 pode rezar:

    “No princípio era Jesus e Jesus estava com o Pai e Jesus era o Pai”

    JESUS É O PAI?

    Ademais se somente o Pai pode ser Deus por completo, então a Trindade não é necessária. E se não é necessária de acordo com a própria Bíblia, então ela não existe, pois o Deus da Bíblia é necessário.

    b) PAI e ESPÍRITO SANTO - Se assim for, então João 1:1 pode rezar:

    “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com o Pai e o Espírito Santo E o Verbo era o Pai e o Espírito Santo”

    VERBO É O ESPÍRITO SANTO?

    Ademais se somente o Pai e o Espírito Santo podem ser Deus por completo, então a Trindade não é necessária. E se não é necessária de acordo com a própria Bíblia, então ela não existe, pois o Deus da Bíblia é necessário.

    Mas alguns ainda assim irão dizer: “Não, isso é falso, pois na primeira ocorrência do termo “Deus” em João 1:1 ele se refere a um indivíduo específico e não na definição total de Deus, no caso, se aplica ao Pai e na segunda ocorrência o MESMO TÍTULO é aplicado ao Verbo, Jesus, ou seja, ambos recebem o mesmo título, são chamados de Deus. Assim como o Pai é Deus, Jesus é Deus”

    Então em João 1:1 as substituições seriam: “No princípio era Jesus e Jesus estava com o Deus Pai e Jesus era Deus”

    PERGUNTA 1: Então você está dizendo que Jesus estava com um Deus diferente de si, mas que na verdade é o mesmo Deus que ele?

    PERGUNTA 2: O Deus com quem o Verbo estava era o Deus Soberano?

    Então se Jesus estava com o Deus Soberano e se esse Deus era o Pai, que tipo de Deus Jesus era?

    POSSÍVEL RESPOSTA: Ele era Deus Soberano assim como o Pai.

    Nesse caso, quantos “Deuses Soberanos” o texto estaria mostrando?

    “No princípio era Jesus e Jesus estava com o Deus Soberano que é o Pai e Jesus é o Deus Soberano mas não é o Pai, porém é o mesmo Deus Soberano que ele” – João 1:1 Versão Trinitária Interpretada

    ISSO SIM É POLITEÍSMO!

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  6. Sobre 2 Pedro 1:1...
    II Pe. 1.1 “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo.”

    Este é mais um dos versos, a exemplo de Tt. 2.13, que tentam buscar como comprovação da suposta deidade de Jesus. Traduções com redações semelhantes tem sido usadas com esse fim, mas é oportuno dizer que não existe unanimidade na tradução do versículo. Por exemplo, a versão católica da Bíblia Sagrada da Editora Ave Maria traduziu: “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, àqueles que, pela justiça do nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo, alcançaram por partilha uma fé tão preciosa como a nossa”. Reconhecendo Deus e o Salvador como seres distintos. Mesmo a Bíblia de Jerusalém que é uma tradução feita por católicos e protestantes, ainda que vertendo o trecho de forma tradicional, informa como primeira nota de roda pé a II Pe. 1.1 a versão alternativa de tradução: “Ou: ‘de nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo‘”. Mostrando ser possível as duas versões.

    Uma comparação desse verso de II Pedro com outro trecho das Sagradas Escrituras suscitam algumas indagações. Notemos os originais abaixo:

    τοῦ θεοῦ ἡμῶν καὶ κυρίου Ἰησοῦ Χριστοῦ. (II Ts. 1.12)

    τοῦ θεοῦ ἡμῶν καὶ σωτῆρος Ἰησοῦ Χριστοῦ (II Pe. 1.1)

    A única diferença entre esses versos, nesses trechos, não é gramatical. Apenas consta “kyrios” onde na outra consta, exatamente na mesma posição, sôtêros.

    Mas, o tradutor verteu de forma diferente, dando sentido diferentes aos versos:

    “de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo” (II Ts. 1.12) ACF

    (aqui se identifica dois personagens e suas respectivas qualidades)

    “do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (II Pe. 1.1) ACF

    (Aqui se identifica um personagem com duas qualidades)

    Em linhas simples, poderíamos nos perguntar porque não colocaram o “DO” em II Pe. 1.1, como fizeram em II Ts. 1.12, já que a estrutura é a mesma. Note que se lermos o v.2 de II Pe. 1:“pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor”, o apóstolo parece mostrar de forma clara que ele não quis apresentar Jesus como Deus e Salvador ao mesmo tempo no v.1, pois o distingui na sequência imediata no v.2.

    Em linhas complexas, a reivindicação de Jesus ser apresentado como Deus e Salvador em II Pe. 1.1 é a mesma de Tt. 2.13 e tem a ver com uma regra inventada (o seu autor diria descoberta) por um inglês, pelos idos de 1800 d.C, chamado Granville Sharp. É mais ou menos como se um inglês declarasse haver descoberto uma regra de sânscrito que nem mesmo os autores dos remotos vedas e os estudiosos daquela língua sonhavam existir. Ou seja, Sharp e seus defensores acreditam ter achado algo que nenhum gramático de grego da antiguidade, em quase 3.000 de origem da língua, postulou.

    A suposta regra é, basicamente, o seguinte: Artigo + Substantivo + KAI + Substantivo, indicaria que os dois substantivos se referem a mesma pessoa. Isso é a primeira regra dele (existem seis).

    O problema é que se for tomada apenas assim, logo surgem problemas para sua aplicação, porque existiriam uma miríade de exceções que descaracterizaria a regra. Então, ele acrescentou à definição várias restrições: Se um ou os dois substantivos forem plurais a regra pode não se aplicar. Se for nomes próprios, por questões óbvias, a regra não se aplica. Se for referentes a coisas ou lugares a regra não se aplica, Se for numerais não se aplica. Se for plurais semânticos pode não se aplicar e segue um lista de não aplicação.

    Na verdade todo o esforço de listar as supostas exceções que são variadas e numerosas é para excluir os invalidadores da regra e tentar mantê-la viva, pois caso contrário cada um desses impedimentos a derrubaria. O problema é que tentaram por em regra aquilo que se define pelo contexto. Isso se percebe porque se plurais, inclusive os semânticos, lugares, nomes próprios e etc, não se encaixam, a razão é simples; pelo contexto se percebe que não poderiam ser a mesma pessoa ou grupo, então, não é a suposta regra quem determina isso.
    CONTINUA....

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  7. CONTINUAÇÃO 2 PEDRO 1:1...
    Depois de toda restrição, pegam as ocorrências onde a “regra” parece funcionar, digo parece, porque depois que se tira todas as exceções possíveis e imagináveis, realmente sobra os casos onde a “regra” parece funcionar, e a apresentam. Em outras palavras, criaram uma “regra” extremamente restrita e com finalidade específica (eu diria Ad hoc): Tentar provar a deidade trinitária de Jesus.

    Sharp não esbarrou em uma regra que ninguém antes dele, nos milhares de anos da língua grega havia achado, ele estava procurando um meio de legitimar o dogma da trindade através da gramática, porque não há afirmação bíblica sobre a trindade. Assim, não há imparcialidade na redação da “regra”. Todas as flagrantes objeções linguísticas são postas fora do escopo para tentar legitimá-la.

    Mas, ainda que se use a “regra” em seu sentido mais restrito (no “só para isso”), a gosto de seus depuradores, ainda assim, há exceções: Pv. 24.1 (LXX) é um dos casos bíblicos, mas há também na literatura externa. Ou seja, é uma base insegura para se definir aquilo que se deve definir pelo contexto. Certamente ninguém precisa de uma regra para traduzir “ὁ θεὸς καὶ πατὴρ” (II Co. 1.3), que está no arranjo “artigo” + “substantivo” + KAI + “substantivo” por “O Deus e Pai” se referindo ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Não seria uma regra que indicaria ali que os dois substantivos se referem ao mesmo ser. Ninguém antes de 1800 usou a “regra” (ela não existia) e ninguém se confundiu com essa tradução e outras passagens em uma suposta construção Sharp.

    Aqui podemos falar também da questão semântica, que é outro problema da regra. Ainda sobre II Co. 1.3: Pai já é uma referência comum a Deus, de modo que ainda que tentem colocar expressões como essa sob a regra, ela é inócua e desnecessária e o texto não depende dela para ser compreendido, pois se elenca designações já conhecidas. É justamente a questão semântica que faz alguns defensores da regra de Sharp admitir correta a tradução “de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo” em II Ts. 1.12, pois consideram ai a palavra “Senhor” como parte de um nome composto como “Senhor Jesus Cristo”, ou seja, nome próprio composto, o que faria a expressão sair do escopo da regra. Nesse ponto a suposta regra adquire alguma subjetividade, pois “Salvador” também pode ser considerado parte de um nome composto em “Salvador Jesus Cristo”. Essa “particularidade” semântica, ao que parece, é desconhecida pelos mais dedicados apologetas trinitários aqui do Brasil. E essa questão é mais um problema que torna a tal regra insegura, incerta e não aproveitável para o fim ao qual foi criada, pois se considerarmos “Salvador Jesus Cristo” como um termo técnico, um nome próprio composto, a regra deixa de ser aplicável tanto a II Pe. 1.1 quanto Tt. 2.13. A própria expressão “Grande Deus” em Tito, pode ser um termo técnico de identificação da Divindade (Ed. 5.8, Ne.8.6, Dn. 2.45, Ap. 19.17), que também anularia a aplicabilidade da regra ali. E se admitirmos que a palavra “Deus”, de fato, em vários casos adquiri o status de nome, então, não devemos confiar na “regra” por mais de uma razão.
    Continua

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  8. Mas, mas mesmo que admitíssemos os postulados de Sharp como regras válidas, os trinitarianos ao tentar ganhar uma suposta evidência da deidade de Jesus perderiam outras. A sexta regra, por exemplo, elaborada por Sharp, apresenta uma situação ligeiramente modificada da primeira, ela determina que se houver uma construção: Artigo + Substantivo + KAI + Artigo + Substantivo, então, se referiria a pessoas diferentes. Se as regras dele fossem verdadeiras e legítimas, um trinitário ganharia II Pe. 1.1 como um verso que chama Jesus, na visão deles, de Deus e perderia outro que, na visão deles, chama Jesus de Deus, Jo. 20.28 “ὁ κύριος μου καὶ ὁ θεός μου”. O verso de João, “Senhor meu e Deus meu”, está exatamente na construção em que Sharp diria que são pessoas diferentes. Mas, nesse caso, providencialmente, ele e os trinitarianos admitem ser uma exceção à regra.

    Os cristoteistas tem usado muito II Pe. 1.11 , cujo texto diz: “a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”, como ponto base de convencimento de que se Jesus está sendo chamado de “Senhor e Salvador” nesse verso, deve estar sendo chamado realmente de Deus e Salvador em II Pe. 1.1, a partir do acolhimento da regra de Sharp, já que o v.11 tem a estrutura requerida (ASKS) por Sharp: “τοῦ κυρίου ἡμῶν καὶ σωτῆρος Ἰησοῦ Χριστοῦ”. Nesse texto, com relação a II Pe. 1.1, há apenas a substituição da palavra “θεοῦ” por “κυρίου”. No entanto, como já dissemos, o contexto deve determinar a tradução, não uma regra que se mostra falha em todas as instâncias. Até porque “nosso Senhor” em em II Pe. 1.11 pode se referir sem qualquer dificuldade a Deus e na segunda parte se referir a Cristo. Isso se vê confirmado em um versículo que também fala de REINO: “Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo” (Ap. 11.15). Ainda que haja artigo antes de “Senhor” e antes da palavra “Cristo”, o texto prova que Deus é também nítida e naturalmente chamado de “Senhor”, de modo que, em II Pe. 1.11 “Senhor” pode, sem dificuldades, se referir a Deus e o segundo personagem no verso é Jesus.

    Por causa desses vários problemas a regra passou quase 200 anos, desde de sua criação, praticamente morta. Poucos davam crédito ou a citavam para tentar validar uma identidade de Jesus com a Deidade. O Dr. Daniel B. Wallace tentou ressuscitar a regra em uma tese de doutorado em 1995 chamada Sharps Redivivus. Nesse trabalho o Dr. Wallace precisou encolher a “regra” ainda mais, ante as provas contrárias, para tentar mantê-la viva. Mas, mesmo seu trabalho de doutorado já foi avaliado e a “regra” continua devendo, já que ele mesmo não conseguiu solucionar todos os problemas conhecidos.

    Ainda outra questão é oportuna falar se tudo isso fosse ignorado. A partir de Jo. 1.1, não existe reservas em chamar Jesus de “Deus”. A questão será sempre em que sentido, relativamente a posição do Pai, a palavra polissêmica “Deus” é usada em aplicação a Cristo. Sabemos por Jo. 17.3, nas palavras de Jesus mesmo, que não pode ter o mesmo sentido. Como não tem o mesmo sentido quando é aplicada aos juízes, anjos, reis, governantes e até Moisés.

    Tudo isso mostra que a escassez de provas sobre uma requerida igualdade entre Jesus e seu Deus é tão grande que o trinitarismo tem que criar suas próprias provas. Se a trindade fosse uma realidade bíblica, ter-se-ia provas cabais e explícitas, a ausência disto leva a esse caminho que Sharp tomou.

    Bem, há outros detalhamentos, mas essa exposição, penso, já dá uma visão panorâmica das coisas que envolvem a passagem de II Pe.1.1 e os problemas da suposta regra.

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  9. Verdadeiro Deus
    I Jo. 5.20 “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” (ACF). Este versículo é muito bom e muito digno de ser estudado, considerando o tema que o envolve! Aqui há aparentemente duas dificuldades. A primeira é quando se diz que “estamos no verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo” e a segunda é “Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. A preposição colocada aqui é “ἐν” (en), que, em grego, é usada com locativo, instrumental e raros dativos. Como instrumental pode significar “por” e “com”1. Nesse ponto, vale lembrar que a expressão “isto é” constante da Almeida Corrigida Fiel, e que seria a primeira dificuldade, não está presente nos originais gregos, e foi acrescentada como um indutor de conclusão, o que mostra que todos os tradutores, inclusive os das nossas Bíblias, acrescentam ou modificam textos bíblicos para favorecer determinada crença. Deve-se registrar que as expressões “e no que é verdadeiro estamos” e “em seu Filho Jesus Cristo”, apresentam a mesma forma grega em uma construção ligeiramente diferente por conta do verbo na primeira delas. O uso do verbo “estar” influi nesse julgamento, pois quando se diz “estamos no verdadeiro” temos a ideia locativa. Já o trecho “em seu Filho Jesus Cristo”, pode ser traduzida “por seu Filho Jesus Cristo” ou “com seu Filho Jesus Cristo”. E fica a interrogação: Qual a melhor forma de entender a expressão? Bem, basta entender o que o verso, como um todo, quer dizer. Observe que o versículo principia informando que Jesus veio para nos dá a conhecer o Verdadeiro, então, indubitavelmente ele é o instrumento para esse fim (Mt. 11.27, Lc. 10.22, Jo. 1.18), logo, é natural entendermos “e nós estamos no Verdadeiro, por seu Filho”. Se for usado “com” deve ser entendido como o uso na frase “fiquei bom com remédio”, onde remédio foi o veículo para a finalidade. Para mostrar as várias conceituações do versículo, listo 3 (três) versões católicas:

    “Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro. E estamos no Verdadeiro, nós que estamos em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” Bíblia Ave Maria.

    “Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu inteligência para conhecer o Verdadeiro. Estamos com o Verdadeiro e com o seu filho Jesus Cristo. Ele é o Deus verdadeiro e vida eterna.” A Bíblia do Peregrino.

    “Mas sabemos que veio o Filho de Deus e que nos deu entendimento para que conheçamos o verdadeiro Deus e estejamos no seu verdadeiro Filho. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” Matos Soares.
    Continua

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  10. Continuação 1 João 5:20
    Como se pode perceber esses tradutores trinitários não entenderam que a palavra “Verdadeiro” esteja se referindo a Deus e a Jesus ao mesmo tempo naquele trecho do versículo, como parece dar a entender a Almeida Corrigida Fiel, e confirmam a ideia instrumental do Filho no processo de nos fazer conhecer a Deus. Mas isso, é relativamente simples de se entender, porém ao concluir o verso com “Este é...” o tradutor faz muita gente pensar que João esteja se referindo a Jesus; visto que todos nós aprendemos que em português se deve usar “este” para o que está perto e “esse” para o que está longe, pois bem, “Este” no verso sucede imediatamente a expressão “Jesus Cristo”, assim essa parte de I Jo. 5.20 poderia ser algo que causasse dificuldade na defesa do monoteísmo estrito, mas a forma de expressão da língua grega é diferente do nosso português, embora nossa língua tenha alguma coisa dela. W. C. Taylor, em sua gramática, comentando sobre outro assunto, nos dá uma informação valiosa para a compreensão desse uso em grego, ele diz: “… não há pronome correspondente ao nosso ‘esse’, pois ‘hode’ é quase equivalente de ‘este’”2. No versículo que estamos estudando, não foi usado “hode”, que costumam usar para “esses”, mas “houtos” que os dicionários normalmente traduzem por “este”, mas como não há um equivalente exato para “esse” em grego, ainda que devêssemos entender “esse”, “houtos” poderia estar lá da mesma forma. E sobre isso o Gramático escreve: “…houtos pode se referir a um assunto que está mentalmente mais perto da atenção de quem fala ou escreve, embora na ordem anterior das palavras seja mais remoto.”3 Tal entendimento é provado em versículos como At. 7.18, 19 “Até que se levantou outro rei, que não conhecia a José. (19) Esse, usando de astúcia contra nossa linhagem, maltratou nossos pais”, em grego temos: “ἄχρι οὗ ἀνέστη βασιλεὺς ἕτερος ἐπ’ Αἴγυπτον ὃς οὐκ ᾔδει τὸν Ἰωσήφ, οὗτος κατασοφισάμενος τὸ γένος ἡμῶν ἐκάκωσεν τοὺς πατέρας”, perceba que a mesma palavra grega foi traduzida por “Este” em I Jo. 5.20 e por “Esse” At. 7.19, também pode-se ver situação semelhante em At. 4.10,11 “Seja conhecido de vós todos, e de todo o provo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, em nome desse é quem este está são diante de vós. (11) Ele é a pedra que foi rejeitada por vós…”, aqui οὗτος (houtos) foi traduzida por “Ele”, referindo-se não a quem estava imediatamente mais próximo no relado, mas a Jesus que foi citado no início do verso anterior, pois doutra sorte o paralítico é quem seria “a pedra que foi rejeitada” e não Jesus. Mas, talvez a ocorrência mais significativa seja I Jo. 2.22, visto que estaremos buscando exemplo nos próprios escritos de João, ali lemos “Τίς ἐστιν ὁ ψεύστης εἰ μὴ ὁ ἀρνούμενος ὅτι Ἰησοῦς οὐκ ἐστιν ὁ Χριστός; οὗτος ἐστιν ὁ ἀντίχριστος ὁ ἀρνούμενος τὸν πατέρα καὶ τὸν υἱόν.”, perceba que “οὗτος” (houtos) segue imediatamente “ὁ Χριστός” (Cristo), mas seria completamente descontextual, e porque não dizer esdrúxulo, requerer o demonstrativo “este” ao invés de “esse” por conta da presença da partícula “οὗτος” (houtos), pois estaríamos chamando o Cristo de anticristo. Isto posto, olhemos para I Jo. 5.20 e consideremos o que João aprendeu quando Jesus ainda andava com ele nas ruas da judeia. Se João era um homem devoto, e cremos que sim, certamente não era de seu desconhecimento as ocorrências na Bíblia da expressão “verdadeiro Deus”, pois essa expressão aparece em II Crônicas 15.3, Jeremias 10.10, João 17.3 e I Tessalonicenses 1.9, em todas as vezes ela se refere apenas ao Pai. Uma delas João ouviu do próprio Jesus Cristo.
    Continua

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  11. Final 1 João 5:20
    O Evangelista também corrobora em 1.18 de seu evangelho, que o Filho nos deu a conhecer o Pai. Façamos, então, uma releitura de I Jo. 5.20: A parte “a” do verso diz “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos…” Perceba que até aqui não há como achar que João esteja chamando Jesus de “verdadeiro” para concluir que ele seja o “verdadeiro Deus”, embora que ele seja o verdadeiro Filho, pois o foco recai sobre a ação do Filho de Deus em nos dar entendimento. Não parece razoável presumir que o “verdadeiro” acerca do qual o Filho nos veio dar conhecimento seja ele mesmo já que o próprio Jesus disse não testificar de si, logo ele é o instrumento para chegarmos ao conhecimento de Deus. Dessa elucidação decorre o entendimento da parte seguinte do verso: “e no que é verdadeiro estamos”. Em I Jo. 4.15 lemos: “Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus. 16 E nós conhecemos, … e quem está em amor está em Deus, e Deus nele”; note, aqui mais uma vez é feita a distinção de Jesus como Filho e de estarmos em Deus (Deus um outro ente) por causa da nossa aceitação ao Filho. Então, até esse ponto temos a compreensão natural de que o “Verdadeiro” acerca de quem Jesus nos deu entendimento para o conhecermos não é ele próprio, mas aquele de quem ele é Filho. O verso de I Jo. 5.20 segue dizendo: “… em seu Filho Jesus Cristo.” (exclui o “isto é” inexistente do original grego), aqui o português e a tradição trinitária prejudica a naturalidade do entendimento do verso, porque a expressão “em seu Filho” pode ter, pelo menos, duas acepções, mas só é vista de uma forma: que o Verdadeiro referenciado por João é o Filho. Essa é forma que quebra a sequência do que vimos até agora, e ignora um detalhe bem importante da frase, pois ao dizer “Em seu Filho”, esse pronome “SEU” está se referindo a alguém! Quem? Façamos uma releitura do trecho: “e no que é verdadeiro estamos, em seu Filho Jesus Cristo”, ora é natural percebermos que existe um personagem no verso além do Filho, que é a causa do verso e através do Filho estamos NELE. Ora, se esse “SEU” não se refere ao “verdadeiro”, em quem estamos, da frase anterior, a quem, então, se refere? É provável que todos concordemos que Jesus não pode ser Filho dele mesmo! Logo ao dizer “em seu Filho” esse “EM” não tem intenção de relacionar “e no que é” para se concluir que “O Verdadeiro” e o Filho do “Verdadeiro” sejam uma coisa só, mas mostrar que pelo Filho, ou no Filho, se obtém o entendimento para conhecermos o “Verdadeiro Deus e a vida eterna”, por isso Jesus disse, orando ao Pai: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro”.

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